segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Enquanto isso na Paraíba: Um debate chato e um Guia eleitoral interessante...


Vi o debate de ontem (quinta-feira, 19/08) à noite na Band. Para mim Ricardo Coutinho se saiu melhor, foi mais claro, incisivo e soube aproveitar as deixas que lhe deram, mas há pelo menos uma ressalva. A pergunta capciosa feita ao governador José Maranhão (PMDB) se ele tinha votado em Lula (PT) em 1994 e 1998. Coutinho afirmou que Maranhão votou em FHC. No final ficou a palavra de um contra a do outro e foi deselegante. Alguns afirmam que RC fez isso para desestabilizar o governador...

Apesar de eu dizer que RC foi melhor, vale um complemento: o governador melhorou muito desde a última campanha. É preciso lembrar que o homem tem 73 anos – completará 74 em setembro – e seu esforço para seguir o ritmo ágil da TV e de um debate são memoráveis. Ele conseguiu passar integridade e conseguiu pontos ao se mostrar ferido em sua honra, sem perder as estribeiras com a insinuação de Ricardo sobre 94 e 98.

Mas o ponto excruciante do debate foi à presença dos nanicos. Num programa que começou tarde, às 22h, e terminou perto de 1h da madrugada, ouvir replicas e tréplicas de candidatos que tentavam vender seu peixe, quando sabemos que eles não têm nem 1% das intenções de voto, cansou. Tá, podem me chamar de antidemocrático e dizer que foi bom dar o espaço aos pequenos e deixar que eles expusessem suas idéias. É verdade, mas também deveríamos ter mais tempo para ouvir os dois candidatos principais.

Os quatro candidatos de esquerda – extrema esquerda, diga-se – do PCO, PSTU, PCB e PSOL bateram sem parar em Ricardo Coutinho e em Maranhão. Vale a ressalva: Ricardo apanhou sensivelmente mais que o governador, o que pode ter ajudado a Maranhão. Afinal os nanicos estavam fazendo o confronto direto. Mas senti falta de um direito de resposta, tanto para Maranhão quanto para RC. Fica a impressão que o nível poderia ter sido um pouco melhor e menos engessado. Espero que o próximo seja menos chato.


O Guia Eleitoral

Sei que a maioria não vê Guia Eleitoral, também sou assim. Prefiro passar batido. Mas esse ano fiquei ansioso para ver como os candidatos se portariam e quais seriam suas estratégias na telinha. Por isso, lá fui eu.

Consegui ver todos. Achei os dois programas dos candidatos a governador excelentes. O governador investiu numa abordagem mais próxima, falando diretamente para o eleitor, a imagem é diferente da que ele utilizou no programa de 2006, onde ele surgia mais sério e num ambiente de escritório. Agora Maranhão surge em casa dizendo porque quer mais quatro anos a frente do governo da Paraíba e explicitando a amizade com Lula.

Por sinal o quesito Lula foi explorado com maestria pelo governador. Uma inserção mostra a foto do presidente, que vai abrindo até mostrar Maranhão ao lado dele, com o seguinte off: este homem é um sertanejo, sempre esteve num único partido, é um homem simples e por isso sempre preferiu ser chamado pelo apelido: Zé. Bola dentro para o governador.

No programa da Noite Maranhão centrou fogo em Cássio quando começou reprisando notícia da Globo com William Bonner e Alexandre Garcia falando da cassação. Outro acerto. É uma forma de atacar Ricardo por tabela e também detonar o ex-governador abrindo caminho para os seus candidatos ao Senado.

Ricardo começou se apresentando, também adotou um modelo informal, um pouco diferente do utilizado na campanha de 2008, mas igualmente eficaz, se bem que menos estiloso. Ele mesmo conta sua história, enquanto surgem na tela fotos de sua trajetória. O ex-prefeito também explica porque quer ser eleito: porque fez por João Pessoa e quer fazer pelo resto do estado.

O ‘Mago’ também cita Lula em mais de uma vez. Depois o programa se detém nas realizações da prefeitura na Capital. Enche os olhos todas as realizações postas num só bloco. O discurso toma metade do programa.


Para o Senado
– O primeiro programa dos senadores mostrou que Efraim Morais (DEM) vem com força na televisão. Foi o melhor programa, com uma introdução da biografia dada por pessoas simples e de uma forma tão natural que não parecia orquestrada por uma direção. O senador também ganha pontos ao informar que ele fez passar uma lei criando o 130 para o Bolsa Família.

Em segundo lugar, para mim, esteve o programa de Wilson Santiago (PMDB). Apesar do estilo meio pomposo, Santiago foi direto ao mostrar que ele é contra Cássio e Efraim e ao colocar o dedo na ferida ao frisar que o senador do DEM ‘combateu o governo de Lula’.

Vitalzinho (PMDB) também se saiu bem, mas sua estratégia de não bater deixou o candidato em aberto. Começou com uma música triunfalista. Depois um narrador discorreu sobre a biografia. Mostrou-se até dentro de uma igreja para mostrar que tem fé. O programa de Vitalzinho tem a cara dele, alegre e até meio cômico. Quem conhece o candidato sabe que ele sempre parece que tem um sorriso no canto da boca. O estilo mais popular também caiu bem.

O ponto negativo foi o guia de Cássio da tarde. O ex-governador nem chegou a falar o seu tempo foi tomado por uma música e cenas dele com populares. O programa de Cássio só mudou à noite quando o tucano usou todo o seu tempo para falar. Atacou o governador Maranhão, falou da cassação, num frente a frente emocionado e forte. Disse com todas as letras que está do lado de Ricardo Coutinho e pediu voto.

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