quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Uma crítica mordaz a Nosso Lar


Assisti ao filmes ‘Nosso Lar’, de Wagner Assis, neste domingo (05/09). Para vê-lo enfrentei uma fila imensa, uma sala de cinema apinhada e um lugar meio torto. Vi o filme quase de soslaio. Estava ansioso. Queria conferir o resultado, depois da entrevista que fiz com o diretor e de ter visto vários vídeos disponibilizados no youtube de bastidores das filmagens. Queria ver como estariam os efeitos visuais, confesso. Saí do cinema gratificado. Há alguns percalços, no longa, é verdade, mas no geral, o filme é bom.

Qual não foi minha surpresa ao ler as críticas publicada no portal UOL, na ilustrada da Folha e no Omelete: todas detonando o filme. A pior foi a do crítico Maurício Stycer do Uol.

Nosso Lar” é cinema falado. Passei boa parte da sessão tentando entender onde “Nosso Lar” gastou os seus recursos. Na cenografia de mau gosto? No roteiro verborrágico? Nos figurinos simplórios? No enorme elenco de poucas estrelas? Na trilha sonora (nada) original de Glass? Nos magros efeitos especiais? No conjunto de seus esforços, “Nosso Lar” não vai desapontar os espíritas e é capaz, no mínimo, de arregimentar simpatia para a causa. Mas não poderá nunca dizer que é cinema de qualidade.” Noutro momento Stycer diz que a cidade de Nosso Lar é digna de uma viagem lisérgica de Oscar Niemayer.

O Gustavo Fioratti, da Folha ilustrada começa afirmando que o longa tenta se igualar as superproduções dos cinemas hollywoodiano. “O problema é que todo o tratamento revela um produto para lá de kitsh e aposta num velho clichê de como deveria ser um mundo espiritual”. Fioratti chega ao cume de questionar porque os espíritos do filme não usam calça jeans com cortes mais modernos ou minissaia e pede um céu mais nublado e chuva no mundo espiritual. A Omelete foi mais comedida, mas também mandou bala.

Caros colegas jornalistas, creio que há sim uma má vontade da parte de vocês ao falarem tão mal do filme. E vejo aí uma má vontade por se tratar de um filme religioso, ou com propostas religiosas. Mas há uma ressalva, ao menos os críticos são coerentes nesse aspecto. Não é só Nosso Lar que é bombardeado, todo filme com um quê de boas intenções, menções esotéricas e ou religiosas recebem sua saraivada de balas...

Acho que as críticas foram para lá de mordazes, ferinas, porque nenhum dos críticos falou dos bons resultados do longa. Todos se concentraram em procurar defeitos. Tudo bem, em parte essa é a função do crítico e, infelizmente, na nossa sociedade, a ironia ferina faz muito sucesso. Mas devo frisar, não concordo com nenhum dos críticos acima, ainda que veja que eles podem ter alguma razão aqui ou acolá, mas não tão assintosamente.

Por isso, para quem quer ver o filme um lembrete: esqueça os críticos, as críticas e preste atenção à mensagem. Ela é mais importante... E se tiver vontade de reclamar tome um copo d´'agua...

E, olha, quero deixar claro aqui que não sou espírita.

Um comentário:

hercules disse...

Ao longo de minha vida, assisti a muitos filmes que foram elogiados pelos criticos de cinema e descobri uma coisa.... critico de cinema não gosta de cinema, por isso se tornou critico.

Claro que os mesmos contestam este fato, e se dizem conhecedores... porém, se comperarmos uns com os outros, veremos que eles não concordam entre si.
então, ou um dos dois está errado, ou os dois estão errados.