quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sem Luciano e Cícero, mas com os dois Robertos?


Bem, parece que as definições estão acontecendo mais cedo do que se esperava. Dilma resolveu anunciar o pesado Michel Temer para vice em sua chapa. A candidata está mais tranqüila agora, subindo nas pesquisas e parece que já dá para admitir levantar vôo com uma âncora paulista na bagagem. Não posso deixar de lembrar da velha política café com leite, uma mineira e um paulista. Mas essa e só uma menção histórica, não tem exatamente muito que ver com essa situação.

Mas o que eu quero falar é do plano estadual. Na Paraíba o vice-governador Luciano Cartaxo (PT) jogou a toalha. Resolveu não esperar mais a decisão do governador José Maranhão (PMDB) se será ou não mantido na vice. Cartaxo afirmou que é candidato a deputado estadual.

O ex-vereador de João Pessoa pode estar contando com um suporte para a eleição e por isso resolveu ceder, mas, ao que tudo indica, Cartaxo não faz a opção por livre vontade. É mais por pressão das circunstâncias. Sobra a vaga para o Senado, que fica cada vez mais improvável para o partido. Ou digam aí. O PT vai optar por Luiz Couto (PT) para indicar à vaga para o Senado? Difícil de acreditar.

Desta forma o PT fica sem nome para a majoritária de Maranhão, já que o governador deixa cada vez mais claro que não pensa em escolher um nome que não agregue votos, segundo sua ótica. Entre os nomes cotados estão o de Wilson Santiago (PMDB), Wellington Roberto (PR), Vitalzinho (PMDB), Manoel Júnior (PMDB) e até Marcondes Gadelha (PSC). Correndo por fora está Roberto Cavalcante (PRB).

Vamos analisar os nomes propostos.

Os cinco deputados mostraram, de um forma ou de outra que estão dispostos a mostrar serviço pelo estado.

Wilson Santiago é um deputado sempre atuante. Fácil no trato e de livre acesso, o mesmo pode ser dito de Vitalzinho e Manoel Júnior. Contudo, pesa contra os deputados o fato de serem do PMDB. Fazer uma chapa puro sangue poderia desagradar alguns aliados peemedebistas. Além disso, Vitalzinho não seria a escolha do coração de Maranhão. Outro argumento: Vitalzinho e Wilson Santiago já afirmaram mais de uma vez que almejam o cargo de Senador. Nesse caso, dentro do PMDB talvez Manoel Júnior seja uma opção.

Marcondes Gadelha é um nome que agregaria votos no Sertão e em Campina Grande. Devo confessar que tenho grande simpatia tanto por Leonardo quanto por Marcondes Gadelha e acho que talvez o deputado federal fosse uma boa escolha. Mas acredito que para Maranhão o caráter mais personalista do Gadelha pai pode ser um empecilho. Afinal, a família Gadelha não representa exatamente o tipo de político a quem se diga: agora você vai agir assim e esperar que eles sigam a cartilha fielmente. A história política dos Gadelhas no Sertão e na Paraíba os precedem... São mais aguerridos,mais soltos, quase inquietos. Não agradam a todo mundo, mas é inegável: eles são bons políticos. Mas vocês sabem, “vice é vice”.

Lembram de Aureliano Chaves, vice de José Figueiredo? Pois é, pouca gente lembra. Mas ficou famoso um chavão dito por Jô Soares nos tempos do Programa Viva O Gordo (acho) naquela época: “vice é vice”. Para dizer exatamente isso: vice não é o primeiro colocado. Creio que Marcondes ficaria bem numa vaga para o Senado, mas é muito cacique para duas vagas apenas, complicado dizer quais serão os escolhidos afinal...

Sobra analisar as chances de Wellington Roberto e Roberto Cavalcante para a vice. Talvez os dois tenham boas perpectivas. Os dois parecem ter cacife (!!!). No caso de Cavalcante o cacife eleitoral vem via Sistema Correio de Comunicação, é inegável. Talvez o senador tenha mais chances, justamente porque tem poucas chances de concorrer em pé de igualdade à uma vaga no Senado. Afinal ele teria que enfrentar gente como Efraim Morais (DEM) e Cássio Cunha Lima (PSDB).

Cícero Lucena – Enfim, o senador Cícero Lucena (PSDB) resolveu admitir que não é candidato. O tucano larga a campanha, mal começada, e sai se sentindo traído pelo ex-governador Cássio. Mas não é provável que venha a urdir nos bastidores algum tipo de revanche, se aliando ao governador Maranhão.

Segue dizendo que não votará em Ricardo Coutinho (PSB), mas deve liberar os seus para fazer como acharem melhor – vale ressaltar que seus aliados já estão do lado do governador. Acredito que o senador pode realmente se retirar da vida pública, pelo menos até nova oportunidade. No momento segue coordenando a campanha de José Serra na região Nordeste.

A verdade é que a campanha na Paraíba agora entra numa fase crítica. Com RC cada vez mais em campo. O ‘Mago’ parece que não perde oportunidade e vai até em batizado – força de expressão, é claro. Ao mesmo tempo que não deixa de cortejar ex-aliados: Acho que ele deve se voltar um pouco mais para o PT e a ala de Luciano Cartaxo e Rodrigo Soares. Mas vamos ver os próximo lances...

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